sábado, abril 14, 2007

não-ficção

Pequenas purezas
Um como que valha a pena
Listar muitas coisas, aleatoriamente
Ciabatta com tapenade, abobrinha grelhada, alface roxa e molho balsâmico
A casa inundada no Nostalghia de Tarkovski
O negativo das coisas
A voz do Harry Dean Stanton em Paris, Texas
O final de The Dead, do Joyce
Poucas pessoas
Morte em Veneza ao vivo
Chuva depois da praia
Um dia, voltando de carro para casa pelo aterro
Caneta bic preta em papel reciclado
O Barão do Vito
Heaven knows I'm miserable now do The Smiths
As histórias que o Tom Waits conta antes de cantar
O silêncio do sono do outro
Lua cheia enorme e amarela de surpresa no fim da Av Pasteur
Primos no Baixo Gávea
e-mails sabiamente deletados
um ou outro comentário
a letra de like a bridge over troubled water
café de vó
encadernação wire-O
Ctrl+Z
Financier do Garcia & Rodrigues
Os pininhos quase cedendo da estante
Insônia produtiva
A Diane Keaton nos filmes do Woody Allen
Referências em comum
Otis Redding, Solomon Burke e Marvin Gaye
Barba meio ruiva
Afinidade gratuita e imediata
Segredo
Parar no meio do caminho de casa e ir fazer outra coisa
Dizer não
Toda a pieguice do Joseph Campbell
Conseguir ler Foucault em francês
Reencontros e reinícios
P&B
Crepe de pêra cozida com nutella
Schweppes Citrus
Senso estético
Algumas virgindades
Os quatro adjetivos nas frases de Proust

6 Comments:

Blogger francine jallageas <> alicemarta@hotmail.com said...

continuar listas aleatórias,
quando um biscoitinho mínimo acompanha o café expresso,
colecionar imagens,
ganhar o coração amarelo de Pablo Neruda que está nas bancas da L&Pm,
o romance de Frida Kahlo e Diego Rivera,
supermercado de madrugada,
bordar palavras num pano branco,
o casal que dorme na sacada de Janela Indiscreta,
uma fotografia da minha mâe criança de franjinha sentada na porta da casa da minha avó,
as interpretações de Elis Regina,
o cartaz de medéia, com a Sarah Bernhardt do Mucha,
os brothers e as sisters de Chuva de verão da Marguerite Duras,
uma meia vermelha entre a calça jeans e o all star,
Charles Aznavour em Tirez sur le pianiste,
quando se descobre Cassavetes,
os encontros na rua augusta,
as nuvens observadas da janela quando se viaja para o interior,
o grave arranhando a garganta de elza soares,
a galeria dos antiquários, na siqueira campos,
o mapa astral das pessoas,
caderno de folha quadriculada,
água com gás,
os gatos sobre os livros do sebo do catete,
rever kieslowski,
Marisa Paredes tentando tirar as botas em A flor do meu segredo,
o som de uma máquina de escrever,
pacotinhos de açucar,
recado em secretária eletrônica

quinta-feira, abril 19, 2007  
Anonymous Anônimo said...

La reina madre Denize Barros disse:

cheiro de grama molhada depois da chuva,
suspiros do sono do outro,
pesonagens de improviso no meio da festa,
dança do cogumelo laranja,
arroz de basmati com legumes ao curry,
agradecimentos na folha de rosto daquele livro,
inspirações sob a mancha do café no papel toalha,
ella fitzgerald,
fadas prensadas,
encontros fortuitos no saguão do aeroporto,
os guilhermes arantes,
change room de aniversário,
casamento ao meio dia no último dia do ano,
choro contido de tanta tristeza,
choro rasgado de tanta alegria,
nina simone oh yes ahã ahã,
encontros e desencontros,
jesus cristo super star,
eu acordo pra vencer,
tô contigo e não abro.

sexta-feira, abril 20, 2007  
Blogger Unknown said...

ter tido 15 anos e assistir ao show Babilônia de Rita Lee de cima do palco, em 1977, no Quitandinha
Ter caminhado sobre as águas do Arpoador, numa fila indiana, depois do show de Tom Jobim.
Poder dizer a verdade a uma pessoa que mal se conhece.
Beijar na boca no exato instante em que se deve beijar na boca, com a precisão das sondas espaciais em suas trajetórias de entrada nas atmosteras dos corpos celestes.
Groucho Marx, a qualquer momento.
A mera existência de Juliete Binoche.
Ficar sem fôlego entre os seios, as coxas, a bunda de alguém.
Ignorar o toque do celular.
O disco de Mautner com Caetano.
Ter visto Drummond de terno no Centro do Rio, ele exatamente igual à imagem dele que todo mundo tem, ele muito Drummond.
Uma foto feita sem cuidado nem intenção ficar perfeita.
O meu trabalho, às vezes.
Ser um personagem de ficção num quarto de hotel.
A cidade de Praga.
O Centro do Rio, lindo e sujo.
Livro bom, sexo bom.
Sumir.

sábado, abril 21, 2007  
Blogger Daniele Avila said...

Ter noção
I am the walrus
Uva red globe
A Melancolia do Dürer
O altar para Raymond Carver do Thomas Hirschorn
Colírio Fresh tears
Não ser homem em algumas horas
Senso estético de novo e cada vez mais
Sentir muita raiva
Mudar algum mundo
Vanguardas escrachadas
Os desenhos no blog da Fran
Ex-casos muito queridos que jamais visitaram meu blog
Panela de barro e colher de pau
O poder de excluir, deletar, apagar
Jasão otário
Lampejos de companheirismo feminino
Joseph Jacotot e a emancipação intelectual
A goleada que Nelson Rodrigues dá em Lucio Cardoso
O afeto no juízo

sábado, abril 21, 2007  
Blogger Unknown said...

aparecer.
não ter noção (às vezes).
o português dos escritores portugueses.
muito colírio fresh tears.
escrever em avião.
provar comida desconhecida sem nem saber do que se trata.
sair de casa de manhã sem nem um único compromisso o dia inteiro.
tempurá na rua, na Liberdade, sábado.
cachorro quente em festa infantil.
Godard com Anna Karina, Anna Karina com Godard.
Liv com Ingmar, Ingmar com Liv ou com Harriet.
o porteiro dizer que chegou pacote seu david e ser livro.
conhecer ainda mais cassavetes.
antonie doinel.
ter visto o zico jogar.
minha filha no mar.
ser homem (mas nem sempre).

sábado, abril 21, 2007  
Blogger fmaatz said...

já li esse várias vezes.
e penso: hum, idéia boa pacas, queria ter tido. e penso também: dá pra fazer muita coisa a partir disso. sei lá. não ficção temáticas, etc. bem, bem,
só porque tinha lido varias vezes e não tinha comentado.

segunda-feira, julho 09, 2007  

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